Moraes reage a sanções de Trump e diz que STF não se curva a ameaças: "Soberania não se negocia"
Ministro afirma que organização criminosa tenta obstruir a Justiça com apoio de interesses estrangeiros e reforça que seguirá com os julgamentos sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (1º) que vai ignorar as sanções impostas pelos Estados Unidos e que a Corte “não se vergará a ameaças covardes e infrutíferas”. Em discurso firme na abertura do semestre judiciário, Moraes classificou as pressões internacionais como tentativas de obstruir a Justiça e traições à soberania nacional.
Segundo ele, há uma organização criminosa atuando de forma articulada para influenciar decisões do STF a partir do exterior. “Acham que estão lidando com milicianos. Mas estão falando com ministros da Suprema Corte brasileira”, declarou. O ministro também denunciou tentativas de chantagem e de desestabilização institucional por parte de “pseudopatriotas que não tiveram coragem de permanecer no país”.
Moraes é relator de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados por tentativa de golpe de Estado. As sanções, aplicadas sob a Lei Magnitsky pelo governo do presidente Trump, geraram forte reação de autoridades brasileiras, que manifestaram apoio ao ministro e à independência do Judiciário.