Há 23 anos, o Brasil se despedia de Patativa do Assaré
Poeta do sertão e voz do povo, Patativa deixou um legado imortal de arte, resistência e identidade nordestina

Nesta terça-feira (8), completam-se 23 anos da morte de Patativa do Assaré, uma das maiores vozes da poesia popular brasileira. Nascido Antônio Gonçalves da Silva em 1909, no município cearense de Assaré, o poeta, compositor e agricultor faleceu em sua terra natal em 2002, aos 93 anos, deixando uma obra marcada pela força da oralidade, da cultura nordestina e do compromisso com os humildes.
Mesmo com pouca escolaridade formal, Patativa encantou o Brasil com sua capacidade de criar versos tanto na linguagem culta quanto no jeito simples do povo do sertão. Sua produção atravessa décadas e inspira gerações com temas que vão do amor à crítica social, sempre com rima, ritmo e alma.
Reconhecido nacionalmente, recebeu inúmeros prêmios, títulos e homenagens, incluindo cinco títulos de Doutor Honoris Causa. Apesar disso, nunca buscou a fama: continuou vivendo como agricultor, no Cariri cearense, fiel às suas raízes.
A sua poesia segue viva, seja nos livros, nas músicas, nos palcos ou nas memórias de quem aprendeu com ele que a palavra do povo também é arte — e das mais poderosas.