Durante depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou qualquer incentivo aos atos antidemocráticos que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, os pedidos por intervenção militar e por um novo AI-5 partiram de "malucos", sem qualquer apoio institucional.
“Tem os malucos que ficam com essa ideia de AI-5, de intervenção militar... Os chefes das Forças Armadas jamais embarcariam nessa só porque o pessoal estava pedindo ali”, afirmou Bolsonaro, ao ser interrogado no processo penal que apura tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente declarou que se manteve recluso no Palácio da Alvorada após a derrota eleitoral e negou ter convocado protestos. “Eu pacifiquei ao máximo que pude durante os dois meses de transição. Não teve estímulo da minha parte a fazer nada de errado”, afirmou.
Sobre os apoiadores que defendiam o AI-5 — o mais duro decreto da ditadura militar — Bolsonaro disse que muitos nem sabiam o que estavam pedindo. “Quantas vezes eu questionava: ‘O que é AI-5?’ Eles nem sabiam. Intervenção militar não existe. É pedir para praticar o suicídio político. Deixa o pessoal desabafar”, disse.
O ex-presidente foi o sexto réu a prestar depoimento no caso.
