Curativo de pele de tilápia da UFC terá produção industrial
Tecnologia cearense avança para chegar a hospitais de todo o país

O curativo biológico feito com pele de tilápia, desenvolvido pela Universidade Federal do Ceará após dez anos de pesquisas, será finalmente produzido em escala industrial. A UFC assinou um acordo de licenciamento que permite a uma empresa privada fabricar o produto e distribuí-lo a hospitais de todo o Brasil.
A vencedora da oferta pública foi a farmacêutica Biotec, sediada em São José dos Campos (SP), que investirá R$ 48 milhões na instalação da planta industrial e operação inicial. A empresa apoia a pesquisa desde 2018 e afirma que a tecnologia representa um avanço importante no tratamento de queimaduras, reduzindo a dor drasticamente nos primeiros dias e acelerando a recuperação.
Segundo os pesquisadores, a transferência da patente é inédita no país e garante que a inovação não permaneça restrita ao ambiente acadêmico. Além das queimaduras, a pele de tilápia já é utilizada em procedimentos como reconstrução vaginal em pacientes submetidas à radioterapia.
A UFC e os inventores receberão R$ 850 mil pela cessão da patente, além de royalties de 3,7% sobre o lucro líquido e possibilidade de reinvestimento em pesquisa. A Biotec ainda definirá onde a fábrica será instalada, mas avalia que a produção pode ocorrer em São Paulo, onde está a maior oferta de tilápia do país.


